Medicina Diagnóstica

Visão geral

A utilização de métodos diagnósticos surgiu nos primórdios da medicina, mas foi no final do século 19, com o desenvolvimento da química, da fisiologia, da fisiopatologia e do microscópio que houve um grande salto no progresso das 2 atividades. Embora não se saiba precisar quando foram realizados os primeiros exames laboratoriais no Brasil, uma referência importante é datada de 1892, conforme nos assegura Leandro Ortigoza Martins, pois nessa época o porto de Santos estava com focos de doenças que envolvia a saúde pública, necessitando de uma avaliação afundo das causas e a constatação e diagnóstico que se tratava de peste bubônica chegando a tal resultado através de exames. Surge a medicina diagnóstica e a partir daí, o desenvolvimento é enorme.

Desse período que se seguiu, percebeu-se um enorme alavanque na indústria desenvolvedora de produtos que primassem pelo desenvolvimento de equipamentos de tomografia, ultrassonografia, ressonância magnética, em fim, a radiologia, como um todo sendo então, derivados da busca intensiva pela melhoria da saúde, inovando nas pesquisas a fim de diagnósticos mais precisos.

Segundo Campana, “a medicina diagnóstica é, hoje, um conglomerado de especialidades direcionadas à realização de exames complementares no auxílio ao diagnóstico”[1]. A medida que a tecnologia adentra no ramo medicinal, que as pesquisas retornam com resultados satisfatórios, essas especialidades ganham território a fim de auxiliar na busca do diagnóstico. 

Tais técnicas estão impactando os mais diversos estágios da saúde. Cita-se, a título de exemplo, a presença da medicina diagnóstica no processo de prevenção, de diagnóstico, de prognóstico, de acompanhamento terapêutico, ofertadas pelos laboratórios de patologia clínica, de anatomia patológica, e das clínicas de radiologia e imagem, além de outras especialidades, todos estes serviços integrados a este adjunto da medicina.

O setor cresce exponencialmente a cada ano, e com a integração desses complexos clínicos ao seu serviço, os benefícios para as partes relacionadas, como os principais interessados que são os clientes, são significativos, passando a usufruir de centros de alta resolubilidade, diagnósticos  integrados no momento mais oportuno possível, o mercado competitivo mais forte, que compreende-se que advirá melhorias para a população, para os profissionais, para a medicina em si, pois para continuar no mercado essas clínicas buscam tecnologia de ponta, disponibilizando melhores serviços, possibilitando, como já se percebe cada dia mais, a consolidação deste setor.

Outro importante ponto a ressaltar na medicina diagnóstica, além do que foi visto, é que seu desenvolvimento e sua consolidação estão fortemente ligadas ao fato da qualidade técnica que tem que oferecerem a fim de manter-se no mercado. Bons resultados atraem grandes profissionais e criam uma imagem forte para estas clínicas, tendendo a almejar tais resultados, e que estes sejam sempre positivos para a clínica, pois, a tendência é que o ramo cresça e desenvolva-se cada vez mais no país, angariando espaços na área, e consequentemente, mais clientes, pessoas que participarão e utilizarão dos serviços oferecidos. Sem dúvidas, tal área da medicina hodiernamente deu um salto de qualidade, repleto de bons resultados, mas deixando por trás dos seus “bons frutos” perigos eminentes que serão tratados mais à frente.



[1] CAMPANA, G. et al. Fatores competitivos de produção em medicina diagnóstica: da área técnica ao mercado. Bras Patol Med Lab, v. 45, n. 4, p. 295-303, Ago. 2009. Disponível em:<http://www.scielo.br/PDF/jpbml/v45n4.> 


Ramos de divisão da medicina diagnóstica

Buscar-se-á, a partir deste momento, apresentar alguns exames que auxiliam os médicos na hora do diagnóstico, compondo o quadro de partícipes da medicina diagnóstica, a título de exemplo.

Imuno-histoquimia

É um método utilizado pela medicina diagnóstica que consiste em “identificar etíopes no tecido através da reação antígeno-anticorpo (Ag-Ac), revelada por um marcador visual e examinada a microscopia óptica e/ou eletrônica”[1].

A IHQ contribui para a identificação de tumores benignos e/ou malignos, como, por exemplo, quando se detecta gonadotrofina coriônica ectópica, cadeias leves para estabelecer monoclonalidade etc. Embora a maioria dos casos seja resolvida na rotina histológica, o estudo imuno-histoquímico tem papel importante nos casos de difícil diagnóstico, na determinação de sítio primário e também como parâmetro prognóstico no estudo das neoplasias.

O método imuno-histoquímico se baseia no uso de anticorpos mono e/ou policlonais para detectar determinantes antigênicos nos tecidos, quer sejam de localização nuclear, citoplasmática ou de superfície, sem necessidade de extração ou prévio fracionamento. Permite a utilização em material fixado em formol e incluído em parafina. Estes fatores impulsionaram o aperfeiçoamento diagnóstico, possibilitando a correlação com os critérios histológicos e o estudo retrospectivo.


[1] FRANCO, Sérgio. Bioinforme. Imuno-histoquímica. Disponível em:<http://www.Sérgio franco.com.br/bioinforme/índex.ASP?CS=anatomiapatologica&ps=imunoHistoquimica.> Acesso em: 10 Jun. 2016.



Ressonância magnética

É um dos métodos utilizados na busca por diagnóstico utilizando o processo através de imagens com ondas de radiofrequência e forte campo magnético com a finalidade de obter informações detalhadas do corpo, principalmente órgãos e tecidos internos sem a radiação ionizante. É uma das técnicas mais utilizadas a fim de diagnosticar doenças internas, provando ser valiosa para diversas facetas das condições clínicas nas mais diversas partes do corpo.

É amplamente utilizada para o diagnóstico de lesões relacionadas ao esporte. As imagens permitem que o médico radiologista identifique mesmo pequenas rupturas e outras lesões em ligamentos, tendões e músculos. Mas para isso, requer tecnologia de ponta e especialistas na área. É um dos exames mais precisos da área medicinal, podendo ser bem eficiente até em áreas nobres e difíceis de diagnosticar no corpo humano, sem a utilização de tal exame. Cita-se as áreas nobres do cérebro, órgãos abdominais e pelvianos, entre outros. É feito com pacientes deitados no equipamento, onde será analisado pela estrutura interna do equipamento, sendo capaz de se comunicação com os médicos e enfermeiros caso precise. É analisado através de imagens.



Ecocardiograma

É um meio de diagnóstico utilizado para determinar patologias cardíacas. Tal exame cria imagens do coração através de uma ultrassonografia que fornecerá aos médicos o maior numero de informações possíveis. Tais quais, tamanho, forma, modo de atuação das válvulas e câmaras, se o músculo cardíaco está funcionando adequadamente, observando o fluxo sanguíneo, entre outras finalidades.

Esta forma de exame de diagnóstico é comumente utilizada na investigação de sopro cardíaco, na presença de palpitações, síncope, falta de ar, dor torácica, ou portadores de diferentes patologias cardíacas (infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, doença das válvulas, anomalias congênitas, entre outras).




Radiologia

A radiologia é um método que exige pouco tempo de exposição, porém um alto grau de resolutividade, permitindo um diagnóstico mais rápido e eficiente. É feito através de um Raio-X, podendo ser um equipamento portátil ou fixo de grande potencial. É um método que utiliza, pros fins diagnosticais, imagens que ajudam a identificar patologias em órgãos internos do corpo humano. Estas imagens são produzidas por ondas. Estão inclusos, além das à cima citadas, a ultrassonografia, a tomografia computadorizada, a ecografia tridimensional e o ecodopler.

Relações com o efeito doppler

No tópico passado apresentou-se alguns dos exames realizados na medicina diagnóstica. Ressalte-se aqui, que as apresentadas são meramente exemplificativas, sendo algumas diretamente relacionadas com a física. A saber, as diretamente realizadas por intermédio de imagens, pois eles são realizados com a propagação de ondas relacionadas com a luz emitida pelos equipamentos.

O que é o efeito doppler?

É uma característica observada em ondas emitidas ou refletidas por fontes em movimento relativo ao observador. Este efeito recebeu tal nome em homenagem a Johann Cristian Andreas Doppler, que foi o primeiro a descrever teoricamente tal efeito. Conceituando, pode-se afirmar que efeito doppler é a “alteração da frequência emitida pela onda percebida pelo observador em virtude do movimento relativo de aproximação ou afastamento entre a fonte e o observador”.[1]

Ressalta-se que este efeito pode ser percebido em todas as relações que apresentarem as ondas em seu comportamento, seja o som, a água quando agitada, e para fins deste trabalho, as ondas eletromagnéticas apresentadas nos equipamentos da medicina diagnóstica.

Ora, a luz também apresenta-se como forma de onda, e por isso também sofre o efeito doppler, se manifestando na mudança de cor que é percebida pelo observador. Por isso sua atuação na medicina diagnóstica, e atrai a si um grande crescimento na área, uma maior segurança para diagnosticar pois a partir dele há como observar o interior do corpo através das ondas eletromagnéticas lançadas contra eles, produzindo uma maior certeza das possíveis causas das patologias no geral.

Como acontece na medicina diagnóstica

Um dos métodos bastante utilizados para auxiliar a medicina hoje são as ultrassonografia, que estão intrinsecamente ligadas ao efeito doppler. As ultrassons com doppler é realidade presente na medicina, angariada pelo desenvolvimento tecno-científico usadas para medição de fluxos dos vasos sanguíneo, registrando o movimento das paredes cardíacas, utilizada também para a visualização dos fetos permitindo um acompanhamento do seu desenvolvimento, utilizadas ainda para localização de trombos, varizes e placas de gorduras, diagnosticar complicações de AVC e aneurisma de aorta.

Há ainda outros tipos de “ecodoppler”, são eles: o ecodopler pulsado, que emite feixe ultrassônico pulsátil; ecodoppler de onda contínua, que mede altas velocidades de fluxos, onde o transdutor emite a ultrassom ocasionando um eco sofrido pela onda, que retorna ao transdutor com mudanças de potencial gerando os dados no computador; o ecodoppler com fluxo de cores, em que os ecos de estruturas em repouso são mostradas em escala de cinza enquanto os pontos de imagens de refletores em movimento são pontos coloridos, entre outros.

Frisa-se aqui que os equipamentos que são desenvolvidos a fim de melhorar a medicina diagnóstica, utilizam sempre a luz como forma de propagar as ondas e obter as imagem em suas telas de computadores. É evidente que são essenciais, tais equipamentos, mas a utilização, muitas vezes de laser e de radiações fortes podem provocar sérios riscos a saúde. Além das radiações, os feixes de luzes aumentam consideravelmente, colocando a integridade fisiológica do paciente. Não há como não falar em avanço, mas para todo bônus há um ônus, e este ônus para a medicina diagnóstica é o perigo da radiação e dos feixes de luzes advindo dos aparelhos.


[1] Brasil Escola. O efeito doppler. Disponível em:<http://m.Brasil escola.UOL.com.br/física/o-efeito-doppler.htm>  Acesso em: 11 Jun. 2016.


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Romário Bispo