Sismologia
Sismologia
A
Sismologia é o ramo da Geofísica que estuda os terremotos e a propagação das
ondas sísmicas pela crosta terrestre. Estuda também outros fenômenos como, por
exemplo, vibrações provocadas por erupções de vulcões, tsunamis e maremotos.
Ondas sísmicas
Ondas sísmicas são vibrações que se propagam por toda a
Terra, originadas de terremotos, explosões. São também chamadas de ondas
elásticas.
As ondas sísmicas partem do ponto inicial de ruptura e se
propagam em todas as direções. Essa região confinada em subsuperfície onde se
originam as ondas é chamada de Foco ou hipocentro. Sua projeção até a
superfície do globo terrestre corresponde ao Epicentro do terremoto. As ondas
sísmicas se propagam com velocidade e características definidas por propriedade
do meio por onde passam. As ondas se classificam como:
- Ondas Volúmicas- ondas Primárias e Secundárias;
- Ondas Superficiais- ondas Love e Rayleigh.
As ondas Volúmicas, propagam-se no interior da
Terra. Apresentam percursos irregulares deformados devido às variações de
densidade e composição do interior da Terra. Trata-se de um efeito semelhante à
mudança de direção de ondas de luz. As ondas são as responsáveis pelos
primeiros tremores sentidos durante um sismo bem como por muita da vibração
produzida posteriormente durante o mesmo.
Para
pequenas distâncias à fonte, a frente de onda tem forma esférica. Para grandes
distâncias, se pode fazer a aproximação de que a dita frente de onda é uma onda
plana.
As
ondas sísmicas volúmicas têm vasta gama de frequências. Portanto, devido à perda
de força durante a propagação, as mais pronunciadas têm frequências entre 0,5 e
20 Hertz.
- Ondas P (Primárias)
As
ondas P são do tipo compressivo. Uma onda a propagar-se ao longo de uma mola
constitui uma boa analogia para este tipo de ondas sísmicas.
As
ondas P são as mais rápidas das ondas sísmicas, podendo propagar-se tanto em
meios sólidos como líquidos. A velocidade de propagação em granitos, por
exemplo, é de cerca de 5,5km/s. Em meios líquidos a velocidade de propagação
reduz-se bastante. Por exemplo, na água, a velocidade das ondas P é de apenas
cerca de 1,5km/s.
- Ondas S (Secundárias)
Nas
ondas S o movimento de vibração dá-se no plano definido pela frente de onda e,
como tal, perpendicularmente à direção de propagação, pelo que são ondas do
tipo transversal (ou de corte). Uma boa analogia para este tipo de ondas é a
corda de uma guitarra que é posta a vibrar. A passagem da onda transversal
obriga a que os planos verticais do meio se movam "para cima e para
baixo" e que, por isso, os elementos adjacentes do meio sofram variações
de forma, que alternam entre a de um retângulo e a de um losango.
As
ondas S só se propagam em meios sólidos. A sua velocidade é menor do que a das
ondas P. Nos granitos, por exemplo, é de cerca de 3km/s.
Ondas superficiais
Uma
perturbação exercida na superfície livre de um meio propaga-se, a partir da
fonte, sob a forma de ondas sísmicas superficiais. Existem duas categorias de
ondas superficiais, as ondas R (de Rayleigh) e as ondas L (de Love), que se
distinguem entre si pelo tipo de movimento que as partículas descrevem na
frente de onda.
As
ondas superficiais deslocam-se a menor velocidade do que as ondas volúmicas. Em
geral, as ondas L têm maior velocidade do que as ondas R.
As
ondas sísmicas superficiais têm uma gama alargada de frequências, mas
inferiores às das ondas volúmicas. Normalmente, as frequências das ondas
superficiais são inferiores a 1 Hertz.
- Ondas R (de Reyleigh)
O
movimento das partículas na frente de onda de uma onda de Rayleigh está
polarizado no plano vertical e pode ser visualizado como uma combinação de
vibrações do tipo P e S. O movimento das partículas individuais descreve uma
elipse retrógada alinhada no plano vertical.
Tal
como nas ondas do mar, o deslocamento das partículas não está confinado apenas
à superfície livre do meio, sendo as partículas abaixo desta também afectadas
pela passagem da onda. Num semi-espaço homogéneo, a amplitude do movimento das
partículas decresce exponencialmente com o aumento da profundidade. Ondas com
comprimento de onda l têm uma profundidade de penetração característica de 0.4
l.
Teoricamente,
a velocidade das ondas de Rayleigh é igual a 0,9194 da velocidade das ondas S,
verificando-se na realidade, quando ocorre um sismo, que esta relação está
correcta.
- Ondas L (de Love)
O
movimento das partículas, nas ondas L (de Love), processa-se apenas no plano
horizontal.
Complexidade das ondas Sísmicas
Como
os vários tipos de ondas que se produzem quando ocorre um sismo têm velocidades
e frequências diferentes, em áreas afastadas da região epicentral é possível
observar que as ondas estão organizadas em grupos.
Todavia,
próximo da área de geração, não há tempo suficiente para esta separação em
trens de ondas distintas, pelo que a movimentação das partículas induzida
simultaneamente por diferentes tipos de ondas pode ser extremamente complexa
(provocando grandes destruições).
Por
outro lado, ao propagar-se em diferentes tipos de rochas e à superfície,
atravessando zonas de descontinuidade estrutural, as ondas são sujeitas, muitas
vezes, a fenômenos de reflexão e de refracção, o que pode conduzir à
amplificação das ondas e, consequentemente, aumento do seu potencial de
destruição. A situação complica-se ainda mais porque a propagação das ondas é
afetada pela atitude do plano de rotura, o que pode conduzir a concentração de
energia em certas direções.
A
complexidade das ondas sísmicas é ainda acentuada pelo fato do tipo e condições
do solo, como a topografia, poderem provocar amplificação ou redução das ondas
sísmicas em locais específicos.
Sismógrafos
Os
sismógrafos produzem sismogramas onde se registram os tempos de chegada e as
amplitudes dos vários tipos de ondas sísmicas.
A
amplitude das ondas no sismograma é proporcional à magnitude do sismo, que é
uma medida da energia libertada, sendo que há várias magnitudes, das quais a
mais conhecida é a de Richter. As escalas de magnitude são abertas (não têm
limites superior nem inferior). A magnitude de um sismo é a mesma, qualquer que
seja o ponto da Terra em que se mede.
A
intensidade sísmica é uma medida dos efeitos (estragos) produzidos pelo sismo e
mede-se geralmente na escala de Mercalli, que vai de 1 (não sentido) até 12
(destruição total). A intensidade de um sismo diminui à medida que nos
afastamos do seu epicentro.
Com
o estudo dos sismos, é possível conhecer a estrutura interior da Terra, e
auxiliar a planejar a segurança.
Escala Richter
A
escala de Richter foi desenvolvida em 1935 pelos sismólogos Charles Francis
Richter e Beno Gutenberg. Ela representa a energia sísmica liberada durante o
terremoto e se baseia em registros sismográficos.
A
escala Richter aumenta de forma logarítmica, de maneira que cada ponto de
aumento significa um aumento 10 vezes maior. Dessa forma, um sismo de magnitude
4 é 100 vezes maior que um de 2. Em termos gerais a energia de um terremoto
aumentaria um fator 33 para cada grau de magnitude, ou aproximadamente 1000
vezes a cada duas unidades.
A
escala Richter é uma escala infinita ou aberta, podendo inclusive apresentar
números negativos. No entanto, as forças naturais envolvidas limitam o topo da
escala em aproximadamente 10. Teoricamente não existe energia em um terremoto
capaz de superar esta marca.
Escala Mercalli
A
escala de Richter não avalia a intensidade sísmica em um local determinado ou
em zonas urbanas. Para isso utilizamos uma escala de intensidade, a escala de
Mercalli. Ela foi criada em 1902 pelo sismólogo italiano Giusseppe Mercalli.
Essa escala, ao contrário da escala de Richter não se baseia em registros
sismográficos e sim nos efeitos ou danos produzidos nas estruturas e percebido
pelas pessoas nas imediações do abalo.
A
escala de Mercalli tem uma importância apenas qualitativa e não deve ser
interpretada em termos absolutos, uma vez que depende de observação humana.
Por
exemplo, um terremoto classificado como 7 na escala de Richter num deserto
inabitado é classificado como 1 na escala de Mercalli, enquanto que um
terremoto de menor magnitude classificado como 5, numa zona onde as construções
são frágeis e pouco preparadas para resistir a abalos sísmicos pode causar
efeitos devastadores e ser classificado com intensidade 9.
Maremotos
O
maremoto é a propagação de ondas em elevado grau de velocidade no ambiente
marinho em função da ocorrência de algum sismo ou atividade tectônica sob o
relevo submarino. Também chamado por tsunami, ele pode resultar em um efeito
arrasador quando atinge a costa continental, pois provoca ondas muito fortes e
gera a destruição de tudo o que encontra pela frente.
O
que diferencia um maremoto de uma onda comum é a sua intensidade. Em termos de
altura, até existem ondas normais que apresentam alturas superiores às
registradas nos maremotos, mas sem a força arrasadora que eles possuem. Além
disso, o volume d'água dos maremotos é muito superior, pois trata-se do
deslocamento repentino de um gigantesco bloco de água salgada.
- O que causa um maremoto?
A
causa dos maremotos está vinculada aos processos tectônicos, ou seja, às
atividades provenientes das zonas de encontro entre duas placas tectônicas.
Confira o esquema a seguir:
- Afinal, é maremoto ou tsunami?
Os maremotos são designados
como qualquer movimentação anormal do mar proveniente de um terremoto, ou até
de um terremoto no ambiente oceânico, enquanto os tsunamis seriam as ondas
provocadas por um maremoto. Em outra perspectiva, é considerado tsunami somente
quando os terremotos atingem alguma área continental, provocando efeitos sobre
a superfície terrestre. Oficialmente, porém, maremotos e tsunamis são
considerados como o mesmo fenômeno.
Como se sabe a estrutura geológica da Terra...
A
maior parte dos conhecimentos que se tem atualmente sobre a estrutura interna
da Terra foi obtida através da análise das variações na velocidade de
propagação das ondas sísmicas. Estas ondas tendem a se propagar com a mesma
velocidade quando atravessam regiões mais ou menos homogêneas; tornasse, por
outro lado, mais lentas ou mais rápidas quando atravessam materiais de
composição diferente. Desta forma, através da comparação de dados coletados em
estações sismográficas em várias partes do mundo, os cientistas puderam estimar
a densidade, a composição, a estrutura e o estado físico das diversas camadas
do interior da Terra.
Sismologia
Reviewed by Unknown
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